10.31.2012

FILOSOFIAS DO OLHAR / USOS E PONTOS


Ponto, ponto a ponto... Olhares...
Angulares, directos de través vestidos, espelho de interiores, nudez de exteriores.
Vias nem sempre óbvias, mas contudo intencionais, realidades difusas mareadas em emoções falésias e escarpas onde o sentimento escorrega molhado em travessias de indiferença e alheamento...
Espuma de sensibilidades de poiso breve... Unidos e separados por e em olhares, portas, janelas, arcos e fendas, marcas sem demarcação de olhares de liberdade.
Fronteira, limite ou terreiro... Apenas num abrir e fechar de olhos, estádios materiais ou espirituais, são realidade testemunhada na constatação e observância exterior, mas muitas vezes no olhar de interioridades e reflexão da alma... Análise, de e por definição no traço, côr, volume, distância, profundidade ou aproximação... Numa viagem livre de um olhar simples a descoberta de cada um sem número de registo ou espartilhos de encomenda...

Manuel Martins Barata
Art Curator
Tempra Academy for Contemporary Arts
London/U.K.

10.17.2012

RICARDO PASSOS - por SÉRGIO RAMIRES





     A pintura de Ricardo Passos assenta esteticamente na figurabilidade das suas personagens. No entanto, não podemos deixar de dissociar o carácter paradoxal existente entre a representatividade expressamente dita, e a sua estrutura conceptual. Nestas duas vertentes toda a problemática figurativa desemboca na conjugação pacificadora entre dois hemisférios simetricamente opostos … que harmoniosamente se interligam.

     O poder antinómico patenteado na sua pintura não é casual, mas sim uma negação epitética. A sua linguagem não consiste meramente em modificar a expressão da ideia principal pela acessória. A objectividade subjectiva manifesta, atrai dois pólos de polaridades assimétricas. Esta captação antagónica deposita num teor laudativo, na qual as cores se associam a estados de alma e definem equivalências entre cores e conceitos – calor, tranquilidade, frio, excitação – que estão na base da sua pintura.

     Como consequência, o quadro gera uma ordem desligada da realidade apreendida pelos sentidos, e essa organização estende-se só aos objectos e figuras representados, mas também à própria representação do espaço vazio entre eles.

     A distribuição da cor no quadro é conduzida por princípios de harmonia e contraente … como na música. A utilização das figuras humanas nos seus quadros não é gratuita, corresponde à sua concepção sinestésica e transcendental. Daí resulta a síntese das sensações coloridas proporcionadas pelo motivo. No fundo, o estigma providencial inerente nos seus quadros, não pode de forma alguma ser digerida de uma maneira racional e pura, neles transborda uma ambiguidade latente, pseudo carenciada de sistemas pré-
-convencionados.

     É neste prisma que devemos analisar toda a fragmentação expressa em cada um dos seus quadros: na unificação permanente da dissolução.

Sérgio Ramires
2012

10.15.2012

IRINA



IRINA
100 x 100 cms  |  acrílico sobre tela
da série "Os meus olhos não são meus"

10.08.2012

SIMONE



SIMONE
80 x 80 cms  |  acrílico sobre tela
da série "Os meus olhos não são meus"

Mr. FROG



Mr. FROG
100 x 100 cms  |  acrílico sobre tela
da série "Os meus olhos não são meus"