5.30.2012

RICARDO'S - exposição artes plásticas


Pintura Ricardo Passos  |  Escultura Ricardo Tomás

Pintura Ricardo Passos  |  Escultura Ricardo Tomás

Pintura Ricardo Passos



Escultura Ricardo Tomás

5.23.2012

Inauguração exposição "Mil Vozes a Dois Tempos, em Espaço Conventual - 18 de maio - Palácio Nacional de Mafra

Foi inaugurada no dia 18 de Maio - Dia Internacional dos Museus, a exposição "Mil Vozes a Dois Tempos, em Espaço Conventual, com pintura de Ricardo Passos e escultura de Santos Carvalho.
Esta exposição foi agraciada pela curadoria do Dr. José-Luís Ferreira, que fez uma apresentação brilhante da mesma, a todos os presentes.
A assessoria de imprensa esteve a cargo da jornalista Piedade Coelho.
Durante o evento, o violinista Nuno Flores fez uma magnífica actuação, que conferiu mais magia ao magistral monumento que é o Palácio Nacional de Mafra.
O catering, bem como a produção de catálogos sobre a exposição, tiveram o apoio incondicional da Art Clinic Day Spa / Elizabeth Batista e Cem Porcento - Alimentação Natural / Drª Celeste Dias.
As imagens abaixo, são da autoria do fotógrafo Jorge Alves.


Claustro do Palácio Nacional de Mafra


Aspecto da entrada, com escultura de Santos Carvalho


Escadaria de acesso ao Salão Galilé, onde decorreu a exposição


Sessão de abertura da exposição, com intervenção do Dr. Mário Pereira - Director do Palácio Nacional de Mafra; Dr. José-Luís Ferreira - Curador da exposição; Ricardo Passos - Pintor; Santos Carvalho - Escultor


Entrega de antúrios a todos os intervenientes no evento. 
Neste caso,  a Drª Celeste Dias, da Cem Porcento - Alimentação Natural


Ricardo Passos, José-Luís Ferreira, Piedade Coelho, Elizabeth Batista e Santos Carvalho


Aspecto geral da exposição - Salão Galilé



Aspecto geral da exposição - Salão Galilé


Aspecto geral da exposição - Salão Galilé


Foto de alguns dos presentes na inauguração


Foto de alguns dos presentes na inauguração


Foto de alguns dos presentes na inauguração


Actuação do violinista Nuno Flores


Aspecto do cocktail


Curador, Vereador da Cultura, C. M. Mafra, Director do Palácio e Dr. Joaquim Sardinha e esposa.


Intervenção de Dr. José-Luís Ferreira


Dr. José-Luís Ferreira fala sobre uma das obras do escultor Santos Carvalho.


Intervenção de Dr. José-Luís Ferreira


Performance sobre a obra "St Hamnibal Habitvs",  no sentido de ocultar o sexo do frade com a parra da censura


A exposição estará patente ao público até 30 de Julho, no entanto, a obra St. Hamnibal Habitvs foi retirada após a inauguração porque, "poderia ferir a susceptibilidade de alguns visitantes do Palácio"

5.06.2012

ENTREVISTA "ANTENA 1"


A propósito da exposição "´Mil vozes a dois tempos em espaço conventual" a partir de 18 de Maio no Palácio Nacional de Mafra, Jorge Afonso convidou para este programa os autores - Pintor Ricardo Passos e o escultor Santos Carvalho.

Para escutar, clicar no link abaixo


5.02.2012

St. HAMNIBAL HABITVS


St. Hamnibal Habitvs
100 x 170 cms  |  Técnica mista


St. Hamnibal Habitvs
(detalhe)


St. Hamnibal Habitvs
(detalhe)


St. Hamnibal Habitvs
(detalhe)


St. Hamnibal Habitvs
(detalhe)


St. Hamnibal Habitvs
(detalhe)


MIL VOZES A DOS TEMPOS, EM ESPAÇO CONVENTUAL




MIL VOZES de protesto (ou espanto), de revolta (ou admiração)! O clamor da indignação dos pobres injustiçados, ou a glória triunfante e sumptuosa dos trunfos da riqueza e da fortuna. Mil vozes surdas, gritantes e simultâneas, entre o mutismo secular-intemporal dos rebanhos humanos domesticados, subjugados pela desumanidade do poder. O poder (ir)racional da força natural, contra as forças malignas que chibatearam a energia braçal da Humanidade primordial, para que a madeira, a rocha e, o metal, produzissem as máquinas elementares que não libertariam a cidadania, antes confeririam, ao progresso marcial, a energia de novas armas, guiadas pela astúcia iníqua dos poderosos que, sempre!, a dominaram pelo dinheiro que cimenta os cultos da ignorância e a diversidade do temor avassalante.

O paradoxo social, os paradigmas idiossincráticos da política, as fraudulentas lições da História, as lendas do Medo, a fábrica equívoca de áureos futuros colectivos, o milagre da felicidade comunitária gratuita sorteada, nas compras massivas de fé(?), impostas às almas indecisas pela (ir)racionalidade da propaganda. O marketing publicitário multimilenar das tiranias!  

Esta é uma mostra conjunta de obras livres e inter-descomprometidas, marcada pela força de mãos-dadas, de dois artistas plásticos, uma vez mais reveladora (in)comum de uma proximidade pontual afectiva e solidária – na actualidade e, sempre! – entre perfis distintos, duas linguagens, duas personalidades diversas que, intencionalmente, conjugam, a dois tempos, o subjectivismo de ecos dessas mil vozes num espaço conventual, onde se casa a natureza do (ir)real simbólico, na forma (o volume corpóreo, orgasticamente saboreado pela modelação escultórica da morfologia humana elevada ao feminino) …com o surreal transacto, na figura pictural (a imagem virtualmente plana, onde a eloquência, interpretativa da absurdez social contemporânea, se manifesta, desventradora da aparência comum das pessoas e suas coisas): as mensagens, táctil e virtual, de duas autorias lusitanas dando forma à ‘essência pessoana de um desassossego quinto’imperial’ num lapso transgressor da nossa coetaneidade…

Eis que, neste acolhedor – e histórico-monumental – espaço monástico (…monárquico, também, enquanto símbolo da riqueza transatlântica do poder senhorial absoluto de Dom João V) se concelebra, com a exibição associada de obras destes dois autores, o Dia Internacional dos Museus, não mais se duvidando que o conceito necrológico a estas instituições, outrora generalizadamente atribuído, se aproxima de ser, definitivamente, postergado!

De facto, o acolhimento dado a esta exposição temporária permite oferecer – aos que a visitem (lateralmente ao percurso diário das visitas museológicas à grandiosidade deste espaço, outrora realista e conventual ) – a ressurreição da força anímica que dele remanesce, como implante, transitório e exemplar, da criatividade artística contemporânea.

Fica demonstrado, à puridade, que um Museu não é, de facto, nos dias de hoje, um cemitério de cultura, consagrado ao constrangimento e ao «medo respeitoso das massas populares analfabetas, de antanho, perante um obscurantismo conveniente à ocultação da verdade dos homens e das coisas, da Arte e da Ciência»…

Com a significância e representatividade das obras expostas, Santos Carvalho e Ricardo Passos, os dois expositores, honram, numa segunda edição, o convite dos responsáveis institucionais, dedicando, à efeméride, um contributo pleno de autenticidade onde ecoam os gritos de mil vozes, entre milhentos silêncios, sucedâneas (em múltiplas e aleatórias perspectivas), já exponencialmente valorizados no legado cultural humanístico do literato universal português José Saramago – sobremodo e, também, no fictivo monumento Memorial, que engendrou – pretextado pelo espaço (i)material do Convento que, parcial, esporádica e, coincidentemente, as alberga…

Trata-se, repito, de linguagens – intercomplementares, nas suas leituras – provenientes do imaginário (circunstancialmente) síncrono, de dois artistas plásticos credenciados, com um percurso internacional paralelo, entrecruzado, mais uma vez, nesta efeméride. Cada um dos autores – a seu modo e maneira – explora a homeomorfo’geneidade da Figuração Humana, dela extraindo expressões situacionais ou sentidos nocionais impressivos, congeminados em acepções de intensa ‘ambiguidade gramatical’ que, (soit disant) conformes (ou disformes) desafiam a fantasia do observador, pelo seu (des)ajustamento …ou inusitada configuração contextual, seja na sua singularidade, no conjunto …ou, na transitoriedade (ou provisoriedade) ambiental, deste invulgarmente magnífico espaço expositivo.

O maravilhoso – magnificente-mítico ou aterrador-quimérico – contido nos artefactos aqui conjugados, verá, porventura, multiplicada, a sua significância intrínseca, por efeito analítico, ou da liberdade especulativa, do observador, solícito de atenção, admiração ou reparo, seja pela sua (im)pertinência ou acutilância crítica, pela sua simplicidade, ou pela simbiose de noções que, supostamente, a sua carga potencial desencadeará.

Nem o âmbito, nem o contexto, nem os meios próprios, susceptíveis de terem sido disponibilizados a esta exposição, nos possibilitam alargar o espectro desta breve (e, manifestamente, insuficiente) nota introdutória. As obras patentes serão mais eloquentes. Este imponente espaço, conventual e palaciano, de Mafra – multiplicado pela presença daqueles que a visitem – lhe conferirão aquilo que, obviamente, seria displicente acrescentar-se aqui, na escrita breve destas dispensáveis palavras…     

José-Luis Ferreira
CARAMULO, MAIO 2012